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 | 05/01/2009 03h27min

Mauro Galvão: "Minha vida sempre foi o futebol"

Ex-jogador do clube substituirá Rodrigo Caetano como diretor-executivo de futebol

Ex-zagueiro do Grêmio, pelo qual conquistou o Brasileirão e o Gauchão de 1996 e as Copas do Brasil de 1997 e 2001, Mauro Galvão, 47 anos, será o novo diretor-executivo de futebol do clube, no lugar de Rodrigo Caetano. O acerto ocorreu sexta-feira à noite, poucas horas depois de o ex-titular do cargo aceitar a proposta do Vasco.

Areposição foi tumultuada. Respaldado por quatro anos de eficiente atuação como diretor das categorias de base e, posteriormente, diretor-executivo, Rodrigo Caetano provocou, com sua saída, manifestações de protesto por parte de torcedores.

Krieger garante ter prometido mais de uma vez que a proposta financeira do Vasco seria coberta pelo Grêmio.

– Ele descartou dinheiro. Pelo desafio, manteve o interesse de sair. Se ele está saindo, é por vontade própria – afirmou o vice de futebol, revoltado com comentários sobre pressões políticas para a saída de Caetano.

Para Krieger, “é descabido” dizer que a saída se dá pelo vínculo de Caetano ao ex-presidente Paulo Odone, com quem havia chegado ao clube em 2005.

Fontes ligadas ao clube revelam que Caetano teria sido criticado internamente por ter falhado nas tratativas de contratar os centroavantes Washington e Wellington Paulista, nomes sondados antes do acerto com Alex Mineiro. Krieger desmente.

Caetano promete para hoje, em entrevista coletiva, sua versão para a saída.

Mauro Galvão encerrou em 2002, pelo Grêmio, uma exitosa carreira de 23 anos como jogador. Seu primeiro título como atleta foi o tricampeonato brasileiro invicto pelo Inter, em 1979. Ainda no Beira-Rio, sagrou-se tetracampeão gaúcho entre 81 e 84. Depois de passar pelo Bangu, ganhou o bicampeonato carioca pelo Botafogo. Entre 90 e 96, atuou pelo Lugano, da Suíça. De volta ao Brasil, ergueu três taças pelo Grêmio. No Vasco, conquistou o Brasileirão de 97, a Libertadores de 98, a Mercosul e a Copa João Havelange em 2000.

De volta ao Grêmio, seguiu colocando faixas, até largar o futebol. Teve, ainda, experiências como técnico do Vasco, Botafogo, Náutico e Vila Nova (GO). Nos últimos meses, atuou como comentarista do canal Sportv.

O diretor de futebol Luiz Onofre Meira não confirma a informação de que Galvão atuará ao lado de um vice-presidente indicado pelos grupos políticos responsáveis pela eleição de Duda Kroeff à presidência.

– Tudo ficará como está – garantiu.

Sobre a escolha do ex-zagueiro para o cargo de diretor, Meira disse tratar-se de um nome de consenso.

– Quando tivemos a certeza de que Rodrigo sairia, pensamos nele de bate-pronto – revelou.

Galvão fala a Zero Hora

Mesmo tendo surgido para o futebol no Inter tricampeão brasileiro de 1979, Mauro Galvão tem uma história vinculada ao Grêmio. Dos 11 aos 15 anos, atuou na escolinha do clube. Entre 1996 e 1997, fez parte do time que conquistou o Brasileirão e a Copa do Brasil. Retornou em 2001, quando conquistou o Gauchão e a Copa do Brasil. Ontem, ele falou a Zero Hora enquanto tomava um café.

Zero Hora– O que o atrai na função de executivo do futebol?

Mauro Galvão
– O que me atrai é trabalhar num grande clube como o Grêmio. Ainda mais numa função diretamente ligada ao futebol. Seria a ligação entre a direção e a comissão técnica. Mas vamos aguardar, nada está definido, é só uma sondagem.

ZH– A experiência de campo faria de você uma pessoa preparada para a função?

Galvão
– Minha vida sempre foi o futebol. Sempre concentrei meu trabalho nisso.

ZH– Fica mais motivado ainda por ser um ano de Libertadores?

Galvão
– A Libertadores é o objetivo de todos os clubes. Quem tem essa oportunidade, tem que entrar supermotivado.

ZH– Qual a importância de se apostar nas categorias de base?

Galvão
– Os custos para contratar ficaram muito altos. Quanto mais se contar com jogadores da base, melhor será o resultado. E o time estará mais identificado com a torcida. O jogador sente isso quando vai jogar. Dá sempre o máximo.

ZH– A estrutura para quem sobe é melhor do que na sua época?

Galvão
– Hoje, a necessidade faz com que os jogadores precisem ser aproveitados entre os profissionais mais rapidamente. Antes, se subia até com 20 anos. Hoje, como não ficam tanto tempo no clube, é preciso criar uma alternativa.

ZERO HORA
Mauro Vieira  / 

Em uma padaria próxima ao Olímpico, Galvão comentou que se sente atraído para exercer a função de ligação entre a comissão técnica e a direção
Foto:  Mauro Vieira


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